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CARTA PARA A TERRA
(prelúdio)
8
de Agosto de 2012, quarta, 21:43’
Scientific American (Brasil) N° 48 - Agosto de 2012
Minha
querida Terra,
comprei a Scientific American - Brasil sobre o Rio+20 como uma preparação para o
juramento que estava a ponto de fazer. Como dístico coloco o trecho de Terra
transcrito com ornamentos dourados no dia 5. Isto, amigos, é o que tenho a
falar no momento.
Hpe’
Beleza Pura - Para Caetano Veloso
por Hpe', 8 de Agosto de 2012, gouache dourado sobre papel preto
- Mas então, senhor HPe’; não adianta fugir
do assunto. A seta subiu e o senhor sabe. Que bom que sabe. E agora estamos
aqui, juntos na Nave.
Conosco você pode estar à vontade.
Hmm! e ali está. Vem chegando o Caldeirão.
"Cozinhe com Arte: Banners Laváveis Z."
Mal pude acreditar. Eu não falhara, afinal! Apesar de ter sido açoitado e diminuído (apenas verbalmente) por minha exigente anfitriã eu consegui dar uma imagem "harmônica" (como ela queria) ao meu Caldeirão.
Tratava-se de uma de minhas delirantes criações na "Grande Autobahn", um "banner lavável" para decorar a cozinha das bruxas e bruxos do Brasil. Uma coisa realmente DO FUTURO! Agora, quando um thelemita fosse cozinhar ele (ou ela) ia se lembrar de todas as dicas da Alquimia para não errar no prato. "Como é em cima, é embaixo"! Eu estava no CÉU. Lady Frieda Harris (a autora da pintura que usei para ilustrar a ideia) ia certamente adorar. Quanto ao idealizador da imagem em si, que trabalhou com ela na criação da obra, nada menos que Aleister Crowley, eu realmente não sei o que ele ia pensar. Talvez que qualquer um tem o direito de estampar o que quiser - principalmente se isto engrandecer e incrementar a Grande Obra.
Este por sinal é o tema da obra: a Grande Obra Alquímica e Universal.
Tarot de Thoth (de Aleister Crowley e Frieda Harris)
ARCANO XIV - ARTE.
Mas você poderia fazer o seu banner lavável com a imagem que quisesse, o importante é a lembrança da antiga relação entre a cozinha e a Alquimia, que a gente, na pressa do mundo contemporâneo costuma esquecer. Um banner desse tamanho em cima do fogão certamente ajudaria na lembrança, além de decorar a cozinha. Meu sonho de enriquecer obscenamente estava cada vez mais perto, e assim o sonho de construir um armário-altar, ou, quem sabe, um planetário em forma de nave, ou, ainda, salvar as pinturas de Lady Frieda Harris da deterioração. Apenas um homem muito rico poderia fazer estas e outras coisas urgentes para a Terra.
Foi nesse ponto de meus delírios que me foi dado descansar. Agora uma doce e amiga mornidão me avisava que o Sol estava perto. Que não era preciso pensar e almejar e desejar mais. Tudo isto são sonhos, são ilusões que se espalham a nossa volta como promessas de futuro, mas o que importa é o aqui e o agora.
Ao som de uma canção amiga eu fechei meus olhos, me despedi de tudo,
e parti.